Mestre Francisquinho segurando um boneco de João redondo

Documentário conta a história de mestre Francisquinho de Passa e Fica

A produtora audiovisual Sempre em Movimento está desenvolvendo o roteiro do documentário “Francisquinho, o Baltazar me contou”. A iniciativa é uma produção apoiada por meio da Lei Paulo Gustavo do Rio Grande do Norte, através da Secretaria de Estado da Cultura (SECULT) e da Fundação José Augusto (FJA). O objetivo é contar a história do mestre dFrancisquinho de Passa e Fica, agreste potiguar.

Francisco Ferreira Sobrinho tem 76 anos e há quase 30 anos é brincante do teatro de bonecos conhecido como João Redondo. A prática é considerada patrimônio histórico e artístico do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) desde 2015.

Etapas da criação do documentário de Mestre Francisquinho

A arte de contar histórias através de bonecos está presente em todo o Nordeste e os artistas que realizam a prática são chamados de brincantes ou mestres.

Para construir a narrativa documental existem diversas técnicas e a principal é a escuta. Desse modo, a produção realizou entrevistas com os três filhos do mestre Francisquinho, além de sua esposa.

  • Maria de Fátima Diniz, 50 anos;
  • Elias Diniz, 49 anos;
  • Eliane Diniz, 45 anos;
  • Maria Diniz,  81 anos (Esposa).

A equipe também entrevistou Alisson Antonio, neto de Francisquinho que, inspirado no avô, desenvolveu a sua maneira de ser mestre de João redondo. O jovem é uma promessa da continuidade do legado de Francisquinho para as próximas gerações.

“Eu semeado por ele na cultura popular, resgatando a cultura do João Redondo, trazendo como uma maneira de se expressar e de relembrar as culturas. Eu gostei muito da iniciativa do documentário, já quero conferir os próximos passos” contou Alisson sobre a produção do documentário.

Ação em instituição Pública de Ensino

O projeto ainda realizou uma capacitação de cordel para três turmas do 9ª série do ensino fundamental da Escola Municipal Governador Mário Covas de Passa e Fica.

O objetivo era apresentar a história do mestre e ainda aproximar a cultura do João redondo para cerca de 80 jovens. A capacitação teve intérprete de libras e a entrega de fôlderes informativos.

“Sou aluno do Mário Covas do 9º ano. Tivemos uma oficina sobre o cordel, também aprendemos sobre a estrutura de um cordel e sobre o nosso brincante, Mestre Francisquinho, obrigada pela oportunidade” agradeceu o aluno Oliver.

“O Sempre em Movimento é feito de histórias e eu fiquei muito feliz de ter o apoio da Secretaria de Cultura do Rio Grande do Norte para contar uma história tão rica como a de Mestre Francisquinho. Por aqui, fazemos questão de olhar para o que é nosso, registrando a memória para que mais pessoas conheçam, valorizem e se conectem com a cultura popular potiguar”, destacou a jornalista e produtora cultural, Cristiane Modesto.

Por sua vez, a jornalista Clecyane Vieira que atuou como pesquisadora no projeto contou da sua paixão pelas narrativas culturais “me apaixonei ainda mais pela cultura popular brasileira. A nossa brasilidade é rica, potente e está longe de qualquer ideia de amadorismo. Temos arte pulsando nas veias. As histórias que li e ouvi, os bonecos que ganharam vida nas mãos de Francisquinho me arrancaram risos sinceros e me mostraram que o Brasil também vive no gesto afetuoso de amar o que se faz. Francisquinho me mostrou isso na prática.”



Ainda ressaltou que “Entender o João Redondo é compreender uma forma de resistência feita de encantamento. Essa arte oral, passada de geração em geração, carrega saberes profundos que não podem parar no tempo. Com o projeto Francisquinho, o Baltazar me contou, espero que mais pessoas percebam a grandeza do João Redondo para a cultura brasileira.”


A equipe também é formada por estudantes de comunicação social, contabilidade e tecnologia da informação. A ideia do curta-metragem documental surgiu após a gravação de reportagens para a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) sobre o Agreste.

Quem sou

Me chamo Cristiane Modesto, sou Jornalista pela Universidade Federal do Rio Grande do norte e estudante de audiovisual também da UFRN. Tenho 24 anos, sou empreendedora, criativa, curiosa e uma mulher viajante.

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